Com a discordância de três países, a declaração de líderes da Celac, Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, condenou a "imposição de medidas coercitivas unilaterais que restringem o comércio internacional." A crítica não menciona, mas se refere à série de tarifas impostas a mais de 100 países pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O documento foi assinado por 30 países-membros da organização, menos Argentina, Nicarágua e Paraguai. A Declaração de Tegucigalpa foi assinada após a 9ª Cúpula da Celac, realizada na capital de Honduras nesta semana. Segundo os 30 signatários, a discordância dos três países se deu "por diferentes razões", mas dizem respeitar e reconhecer a decisão.
O documento reforça a importância do multilateralismo, da soberania e da integridade territorial. Também defende que a Secretaria-Geral da ONU, a Organização das Nações Unidas, seja ocupada por um membro da América Latina, o que ocorreu somente uma vez, com o peruano Javier Cuéllar, até o início dos anos 90. O texto lembra ainda que o posto nunca foi ocupado por uma mulher.
A Declaração de Tegucigalpa reafirma apoio ao Haiti nos esforços "para restabelecer um ambiente de segurança humana que permita a normalização da situação política, econômica e social". O país caribenho vive uma crise econômica e política, intensificada com o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021. Enquanto não tem um novo líder eleito, a população haitiana sofre com a fome e a violência.
Os 30 países signatários da Declaração de Tegucigalpa ainda reconheceram o trabalho de Honduras na presidência temporária da Celac e deram boas-vindas à Colômbia, que passa a presidir o bloco até o ano que vem.
Agencia Brasil