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INTERNACIONAL

Guerra tarifária norte-americana gera incertezas na economia mundial

Baixar Tocar A China elevou para 84% tarifas cobradas sobre produtos dos Estados Unidos, em mais um capítulo da guerra tarifária.


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A China elevou para 84% tarifas cobradas sobre produtos dos Estados Unidos, em mais um capítulo da guerra tarifária. A medida foi, novamente, uma resposta ao tarifaço do presidente Donald Trump, que ontem aumentou as taxas para 104% nas importações vindas do país asiático. Em paralelo, Canadá e União Europeia podem impor tarifas de 25% sobre produtos americanos.

Esse conflito deve reduzir o comércio global no curto prazo, com impacto nos juros e no preço do dólar.

No Brasil, como no resto do mundo, a moeda americana já disparou e superou os R$6, hoje de manhã. É porque o dólar ainda é considerado um porto seguro para os investidores em momentos de incertezas, como explica o professor de economia da UnB, Cesar Bergo. Para ele, o Brasil vai ter que esperar a temperatura baixar.

"Então é se esperar um aumento. Embora tenhamos reservas, o Banco Central Brasileiro vem queimando reservas nos últimos meses, inclusive para manter essa estabilidade. Mas nesse momento, não há o que fazer. É aguardar a calmaria, como diz o ministro Haddad, esperar a poeira baixar".

Com o comércio global esfriando, há menos produção - e, assim, diminui também a procura por petróleo. A tendência é de que os preços baixem, mas o dólar alto deve compensar essa diferença, explica o professor Cesar. Então, talvez a gente ainda não veja a gasolina ficar mais barata.

"Dentro da metodologia da Petrobras, é importante que se tenha tanto uma queda no preço do barril como uma queda no preço do dólar. Senão um acaba compensando o outro e o preço do combustível no final acaba não caindo. E o que vai determinar também é a questão da demanda. Se de fato permanecer essa política tarifária com redução nas produções no mundo inteiro, a tendência é que o preço dos combustíveis também venha a cair nos próximos meses".

O professor de economia da Universidade Federal do Paraná Marcelo Curado, afirma que se a China perder o mercado americano, vai ter que encontrar outros compradores. Então, a América Latina, incluindo o Brasil, pode ser um destino.

"Pode se ter um impacto por um lado positivo de produtos chineses mais baratos aqui, mas o que também se a gente olhar do ponto de vista de emprego, pode ter um impacto sobre alguns setores industriais. Então, a gente precisa ainda pensar um pouquinho no tempo, né, quando fala Brasil e China, né? Brasil e China é uma relação muito consolidada, né?"

O professor Curado não acredita que essa guerra tarifária continue por muito tempo, por causa dos impactos negativos. E o mundo já viveu isso antes.

"No século passado, década de 30, quantos os países começaram a se fechar demais, a reduzir comércio, é ruim para todo mundo, porque o comércio traz benefícios, né? Você consegue adquirir produtos mais baratos, pros consumidores isso é ruim, mas especificamente pro Brasil, eu acho que, no curto prazo, o efeito é sobre alguns setores específicos. Agora, continuando essa guerra e aí tendo uma pressão de inflação nos Estados Unidos, provavelmente um aumento de juros americano, isso afeta também a taxa de juros no Brasil".

Segundo o professor, os exportadores brasileiros, especialmente de aço e alumínio, vão ter que buscar novos mercados se as taxas permanecerem altas nos Estados Unidos.

© Reuters/Carlos Barria/Proibida reprodução

Internacional Especialistas dizem que Brasil pode ampliar negócios com a China Brasília 09/04/2025 - 13:40 Daniel Ito Isaia / Akemi Nitahara Gabriel Brum - Repórter da Rádio Nacional guerra tarifária quarta-feira, 9 Abril, 2025 - 13:40 3:02

Agencia Brasil

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