Salvador, 3 de abril de 2025 A jornalista e ativista Wanda Chase faleceu nesta terça-feira, 2 de abril, aos 67 anos, em Salvador, deixando um legado profundo tanto na comunicação quanto no ativismo social. A morte de Wanda, que ocorreu após uma longa batalha contra uma doença rara, foi confirmada por sua família, amigos e colegas de trabalho. A notícia gerou uma onda de tristeza e homenagens de figuras públicas e movimentos sociais por todo o Brasil.
Chase ficou conhecida principalmente por seu trabalho pioneiro na cobertura de temas sociais, incluindo direitos humanos, questões de gênero, e a luta pelos direitos das populações negras e periféricas. Seu trabalho como jornalista começou nos anos 1980, quando ela integrou a equipe de redação de importantes veículos da mídia nacional, como O Globo, Folha de S.Paulo, e Carta Capital. Além disso, atuou como correspondente internacional e foi a responsável por coberturas investigativas marcantes, especialmente em temas ligados à desigualdade social.
Ativismo e Legado
Além da sua carreira jornalística, Wanda Chase também se destacou como ativista, sendo uma das vozes mais fortes na luta contra a discriminação racial e pela inclusão de mulheres negras no mercado de trabalho e na política. Fundadora da Rede de Mulheres Negras Jornalistas, ela se tornou uma referência para diversas gerações de comunicadoras, inspirando muitas delas a não apenas contar histórias, mas também lutar pela transformação das narrativas.
"Ela era uma força da natureza", disse Nádia Souza, amiga próxima e colega ativista. "Wanda não apenas fazia jornalismo, ela praticava o jornalismo como uma ferramenta de resistência. Seu compromisso com a verdade e com a justiça social será sempre um exemplo para todos nós."
Além disso, Wanda foi uma das fundadoras da Coletiva Negras no Rádio, movimento que buscou dar voz às mulheres negras nos meios de comunicação e criar espaços de representatividade. Sua militância foi também essencial na formação de diversos coletivos de mídia alternativa, que buscaram democratizar o acesso à informação e romper com os monopólios midiáticos tradicionais.
Impacto no Jornalismo e na Sociedade
Chase também era conhecida por seu estilo incisivo e autêntico de escrever, sem medo de confrontar poderosos e levantar questões difíceis. Seu olhar crítico sobre a política brasileira, especialmente em tempos de crise, foi uma das razões pelas quais ela se tornou uma das jornalistas mais respeitadas do país. Em sua última entrevista, em 2024, Wanda destacou a importância de continuar a luta por um jornalismo ético e por uma comunicação que realmente represente a pluralidade da sociedade brasileira.
Sua morte deixa uma lacuna profunda no cenário jornalístico e ativista, mas seu trabalho e sua luta continuam sendo um guia para aqueles que seguem na missão de tornar o mundo mais justo e inclusivo. Diversos movimentos e organizações já estão planejando homenagens a Wanda Chase, como forma de reconhecer sua contribuição histórica para a mídia e a sociedade.
Homenagens e Despedida
A comunidade de Salvador e o Brasil como um todo estão se preparando para as cerimônias de despedida de Wanda Chase. A cidade onde ela passou grande parte de sua vida será o local de um ato público em sua homenagem, que ocorrerá no próximo fim de semana. Familiares, colegas de profissão e ativistas se reunirão para celebrar a vida e o legado de uma das figuras mais importantes da história recente do Brasil.
Em sua conta no Twitter, a jornalista e ativista Marielle Silva, amiga de longa data de Wanda, escreveu: "Despedimos de Wanda Chase, mas o seu legado de resistência, coragem e verdade será eterno. Seguiremos com o mesmo compromisso que ela nos ensinou. Descansa em paz, amiga. #WandaViva".
Fica a memória de Wanda Chase, uma mulher que nunca se calou e que sempre usou sua voz para lutar por justiça, igualdade e respeito.