Após se reunir com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e assinar acordos bilaterais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse esperar que no segundo semestre comecem as negociações de acordos entre o Japão e o Mercosul. É que no fim do ano, o Brasil reassume a presidência pro tempore do bloco.
Para uma plateia de empresários e autoridades, Lula falou também em multilateralismo. Tema que deverá ser central na cúpula dos Brics, em julho, no Rio de Janeiro. E aproveitou para falar do que chamou de "situação complicada" no mundo.
"Nós entendemos que o mundo atravessa uma situação política difícil, uma situação econômica complicada e muita insensibilidade na relação política entre os Estados. Nós estamos vendo os países que simbolizavam a ação democrática sofrendo o risco de desestabilização pela função e participação da extrema direita. Nós vimos o que está acontecendo na Europa, que era uma parte do mundo que só vivia em termos de tranquilidade."
O presidente falou ainda sobre a guerra em Gaza. E sobre a violação do cessar-fogo.
"A situação no oriente médio exige respostas urgentes da comunidade internacional. A recente violação do cessar-fogo em Gaza soma-se a uma sequência de afrontas ao direito humanitário."
Durante a reunião com o primeiro-ministro, foram assinados acordos bilaterais e de cooperação em diversas áreas, como educação, ciência, tecnologia e combustíveis sustentáveis. Lula ainda reforçou: após essa viagem, a relação entre os dois países vai mudar de patamar.
"Eu volto ao Brasil para dizer ao povo brasileiro que nós reforçamos a nossa relação com o Japão, que nós queremos aumentar o nosso comércio, que nós queremos vender e queremos comprar, que nós queremos fazer parcerias com indústria japonesa, que nós queremos que o Japão adote, no Brasil, a perspectiva da produção do etanol, do hidrogênio verde e do combustível renovável."
O presidente sai do Japão nesta quinta-feira (27/3), mas continuará em viagem internacional. Segue para o Vietnã, onde também vai tratar de cooperação econômica, fluxo de comércio e investimentos.
Agencia Brasil