Manifestantes bloquearam as vias utilizando pneus, madeiras e galhos.
Na noite de quinta-feira (28), moradores e familiares dos adolescentes Arleo e Lucas protestaram pacificamente na avenida principal do bairro Nossa Senhora da Vitória, na zona sul da cidade. Com faixas e cartazes pedindo justiça, eles bloquearam a via com pneus, madeiras e galhos, ateando fogo para chamar a atenção das autoridades.
De acordo com os policiais, na sexta-feira, 22, a 69ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) informou que dois jovens foram mortos durante uma operação próxima à Rua da Tangerina. Na versão da polícia, eles foram levados ao Hospital Costa do Cacau, mas chegaram sem vida. A CIPM alegou que os adolescentes estavam armados com uma pistola, dois revólveres e uma espingarda calibre 12.
Familiares dos jovens contestam essa narrativa da PM, afirmando que os meninos não estavam envolvidos em atividades criminosas e que não houve troca de tiros durante a ação.
Embora os organizadores e participantes do protesto o tenham classificado como pacífico, a situação tomou um rumo diferente. Manifestantes bloquearam as vias utilizando pneus, madeiras e galhos, que foram incendiados. Essa ação resultou no fechamento de diversas ruas, provocando um impacto significativo no tráfego de veículos, incluindo o transporte coletivo de ônibus.
Os bloqueios geraram congestionamentos e atrasos, afetando não apenas os motoristas, mas também os cidadãos que dependem do transporte público. O fechamento das vias complicou ainda mais a mobilidade na localidade, levando a um descontentamento generalizado entre os usuários do transporte coletivo e motoristas que trafegavam no local.
Em muitos contextos, um protesto pacífico é caracterizado pela ausência de violência e pela não agressão a pessoas ou propriedades. No entanto, ações que resultam em bloqueios de vias e queima de pneus podem ser vistas como uma forma de desobediência civil que, embora não violenta, causa transtornos à vida cotidiana da população. Essa interferência no tráfego e nos serviços públicos levanta questões sobre os limites da expressão de descontentamento.
Os organizadores e participantes do protestos deveriam considerar as consequências de suas ações, tanto para os cidadãos que dependem do transporte público quanto para a imagem do movimento que representam. É essencial que o diálogo e a busca por soluções pacíficas prevaleçam, de modo a garantir que a mensagem do protesto seja ouvida sem causar danos colaterais à comunidade prejudicada.