A Comissão Europeia avisou nesta sexta-feira (11), que a União Europeia (UE) avançará com um primeiro conjunto de direitos aduaneiros se, na atual pausa nas tarifas dos Estados Unidos, os dois blocos não chegarem a "soluções construtivas e mutuamente aceitáveis".
A Comissão Europeia avisou nesta sexta-feira (11), que a União Europeia (UE) avançará com um primeiro conjunto de direitos aduaneiros se, na atual pausa nas tarifas dos Estados Unidos, os dois blocos não chegarem a "soluções construtivas e mutuamente aceitáveis".
"Do lado da UE, estamos dispostos a trabalhar em grupo e a encontrar soluções construtivas, soluções mutuamente aceitáveis e, para tal, também suspendemos por 90 dias o nosso primeiro conjunto de direitos aduaneiros. Mas, obviamente, também estamos passando a mensagem de que, se não virmos movimento do lado dos Estados Unidos e vontade de se afastar deste tipo de política, não hesitaremos a defender a nossa economia, ajudaremos a defender as nossas empresas", avisou o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis.
Em declarações à chegada à reunião informal dos ministros das Finanças do euro, em Varsóvia, o responsável apontou que "o tema mais urgente" hoje em cima da mesa está relacionado com "as tarifas de Trump [Presidente norte-americano] e as suas implicações macroeconômicas, bem como a resposta da UE para, de certa forma, minimizar o ataque econômico negativo".
"Em todo o caso, do lado da UE, vemos o efeito macroeconômico negativo na economia da UE e dos Estados Unidos e, na verdade, na economia norte-americana, os efeitos negativos são maiores do que na UE, uma vez que os Estados Unidos estão aplicando amplamente essas tarifas", observou, sem quantificar.
Valdis Dombrovskis admitiu tratar-se de uma "situação muito volátil e incerta" e reforçou que a UE está "pronta para defender os seus interesses econômicos e as suas empresas, se for necessário, se não vir qualquer movimento por parte dos Estados Unidos".
Hoje mesmo, em uma entrevista publicada no jornal britânico Financial Times, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu taxas às empresas digitais norte-americanas, caso não se consiga chegar a um acordo nestes 90 dias que reduza a onda de tarifas de Donald Trump contra a Europa.
Os ministros das Finanças da zona euro discutem hoje o impacto econômico das novas tarifas aduaneiras dos Estados Unidos, num contexto de alívio após o anúncio norte-americano de suspensão temporária, pausa também adotada pelo bloco comunitário.
Realizada em Varsóvia pela presidência do Conselho da UE assumida pela Polônia, a reunião informal do Eurogrupo -- dos ministros do euro -- acontece em um momento de acentuadas tensões comerciais após anúncios de Donald Trump, de taxas de 25% ao aço, alumínio e automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas entretanto suspensas por 90 dias.
Esta suspensão acalmou os mercados, que tvem registrando graves perdas, e foi saudada e seguida pela UE, que suspendeu, durante o mesmo período, as tarifas de 25% a produtos norte-americanos que havia aprovado na quarta-feira em resposta às aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus.
A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial na UE, tem optado pela prudência. Bruxelas quer, neste período de pausa de 90 dias, conseguir negociar com Washington, após ter já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.
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